--- O Benfica apresentou- se longe do nível exibido nos últimos tempos, com um desgaste evidente em algumas unidades fundamentais, que se reflectiu na produção global da equipa, preocupante sim, mas um problema que pode ser solucionado com relativa facilidade, dando o descanso activo adequado aos jogadores mas necessitados.
BENFICA 2 P.S.GERMAIN 1 - Foi um daqueles jogos em que se pode dizer que o resultado foi melhor que a exibição, pese embora o facto do Benfica ter tido a infelicidade de numa noite de menor fulgor, ter ainda contra si um árbitro perfeitamente desastrado que ignorou 2 penaltis evidentes a seu favor.
A equipa entrou estranhamente intranquila, não sei se por resquícios do jogo de Braga, se pela condição física deficiente e notória de alguns jogadores fundamentais.
Sidnei não se encontrou em toda a 1ª parte e até o esteio Luisão parecia intranquilo, Gaitan e Salvio sem pique e a passarem ao lado do jogo e Cardozo também ele em notório défice de rentabilidade.
A tudo isto respondeu o Benfica com entrega e vontade, aliás, só uma equipa com um nível psicológico enorme, consegue mesmo com a condição física longe da ideal, reviravoltas constantes nos resultados.
A equipa francesa entrou muito bem no jogo, pressionando a toda a largura e aproveitando-se de alguma fragilidade demonstrada pelo Benfica na zona central, criando situações de perigo com relativa facilidade e se é verdade que foi o guardião do PSG o primeiro a ser posto à prova, foi também Roberto que com um grande intervenção adiou o golo que se adivinhava do lado francês, numa jogada que comprovou as tais fragilidades na zona central e que permitiu que o avançado do PSG surgisse só na cara de Roberto e fizesse o golo sem dificuldade.
O golo intranquilizou ainda mais o Benfica, que demorou a reagir e aí teve a estrelinha do jogo, vendo uma bola a bater no poste e outro bola a razar o poste esquerdo de um Roberto já batido, entre outros lances em que se notou um nervosismo em demasia.
Nos últimos 15 minutos da 1ª parte, já houve mais Benfica e aí brilhou o guarda redes do PSG, com uma defesa espantosa em livre de Cardozo, depois o golo do empate, num passe magistral de Carlos Martins e conclusão com raça de Maxi Pereira, o melhor do Benfica.
Até ao intervalo registo para uma penalidade por marcar a favor do Benfica,com o central parisiense e o seu guarda - redes a encavalitarem-se claramente em Javi Garcia, a ser marcado e concretizada a penalidade, a história do jogo poderia ser outra.
Na 2ª parte, apesar de não apresentar um nível por aí além, surgiu um Benfica mais decidido, com marcações mais acertadas e mais pressionante, ao invés, o PSG já não apresentava a mesma capacidade de sair para o ataque.
No entanto, só houve mais Benfica com as entradas de Aimar e Jara, para os lugares dos muito cansados Gaitan e Salvio, ficando a ideia que por vezes mais vale apostar em jogadores mais frescos, que em titulares sem frescura e a partir desse momento o Benfica foi outro, partiu para cima do adversário em busca da vantagem no marcador.
As situações de perigo nas imediações da baliza do PSG começavam a surgir e a equipa parisiense recuava as linhas e já não conseguia sair para o contra ataque, até que surge o maior caso do jogo, Saviola em dribles sucessivos rompe na área adversária e é autenticamente abalroado por um defensor, mesmo nas barbas do árbitro, o qual viu, mas não quis pura e simplesmente marcar um penalti do tamanho da Torre Eiffel, um duro golpe para uma equipa cansada, mas com uma vontade inabalável.
Foi com essa vontade que a equipa não desistiu e Jara, numa jogada de insistência, marcou o golo que nesta fase o Benfica fazia por merecer, um bom golo que premiou uma equipa persistente, embora pouco clarividente.
A partir da vantagem no marcador, o Benfica previligiou a preseverança em manter a vantagem, do que a ambição em ampliá-la e compreende-se, o treinador sentiu que a frescura física da equipa não é a melhor e como tal seria desnecessário correr riscos, até porque, creio eu, Jorge Jesus, vai poupar os jogadores na Liga para o jogo em França, onde certamente os jogadores irão aparecer mais soltos, com reflexos no nível exibicional.
Julgo que o Benfica está a pagar a factura não só da pouca rotatividade do plantel num número incrível de jogos desde Janeiro, mas também de tudo o que lhe têm feito na liga portuguesa, com a equipa a ter jogos com elevado grau de exigência e desgaste, reduzida a 10 unidades, facto esse que obriga ainda a um maior esforço dos atletas e isso paga-se.
Em suma e atendendo à fraca produção do Benfica na 1ª parte, pode-se dizer que o resultado foi melhor que a exibição, mas a verdade é que com uma arbitragem normal, apesar de tudo, o Benfica poderia ir a Paris com uma margem de erro maior, contudo e pelo valor e a crença desta equipa, tenho a esperança e a convicção que em Paris iremos ganhar e apresentar uma qualidade de jogo superior e tem mesmo de ser assim, caso contrário será muito complicado passar.
As outras equipas portuguesas também venceram, todas pela margem mínima, mas sem sofrerem golos, sendo que o Porto venceu fora de portas.
Como gosto de analisar o futebol com alguma frieza, não se pode só falar mal porque não se gosta de determinada equipa, como é o caso do Porto, mas há que saber também dar o mérito quando o têm, por mais que eles não tenham a capacidade de fazer o mesmo e ganhar na Rússia, com um adversário de qualidade, com a adversidade de um terreno sintético é de facto de enaltecer e é uma vitória meritória.
O Braga também fez um senhor resultado, bater o Liverpool, apesar de longe de ser temível, é sempre um feito de assinalar, ainda por cima quando falamos de uma equipa que obviamente está longe do estatuto europeu quer do Benfica quer do Porto, o que ainda enaltece mais o seu feito.
Uma vantagem de um golo pode parecer pouco, mas 1 a 0 é um resultado sempre muito falso para quem joga a 2ª mão em casa, pois se o Braga tiver a felicidade de marcar fora, obriga o adversário a jogar com a enorme pressão de marcar 3 golos, por isso, não se adivinha nada fácil a missão do Liverpool.
3 comentários:
Pois... um problema do Benfica nos últimos jogos é só um: há quanto tempo não fazemos dois jogos seguidos sem sofrer golos?
Estamos a sofrer golos demais e está a sentir-se um pouco a falta do David Luiz.
Ok, na europa é onde interessa (agora) e creio que o Sidney a jogar mais minutos irá melhorar... o que é importante para Abril e para a próxima época.
O lutar pelo campeonato mais jornadas mostra-se agora um esforço inglório e demasiado pesado. Mas... (isto do calendário ser assim não foi ao calhas) só o foi por causa do Xistra! Atenção... contra o portimonense o treinador do Benfica iria sempre poupar alguns habituais titulares, substituir alguns a meio... não tenho dúvidas. Este ciclo foi posto aqui no campeonato por razões obvias. Não é à toa que o Porto teve o calendário mais facil na parte mais dificil do Benfica... como não é à toa que o Benfica chegasse a esta altura e tivesse jogos em Alvalade e em Braga.
Assim, eu defendo o nosso treinador. Agora há que aproveitar para rodar jogadores para ganharem experiência (Kardec é um deles... o Cardozo não pode fazer uma época inteira a titular), até porque alguns já estão a beneficiar da rotação (Jara é o que se destaca mais). Mas nada de exageros para que essa rotação dê frutos e para que o Porto não queria correr o risco de escorregar... e sabemos que o excesso de confiança pode levar a um erro por parte do porto frente a uma equipa que supostamente nós não contávamos para lhes tirar pontos.
Uma palavra para o Braga... é incrivel o que fazem com aquele plantel...
Só espero que Platini não nomeie o Máximo Busacca para apitar em Paris...
E eu a pensar que ladroagem e guarda-redes a engatar grandes exibições era só cá em Portugal...
Acho que vamos passar!
Estou ansioso por ouvir Jorge Jesus a dizer: "DUBLIN"...!
Amigo Jotas, temos realmente muitas possibilidades de chegar aos quartos-de-final. O PSG é uma boa equipa mas nós certamente vamos marcar em Paris e apoiados pelos portugueses passaremos mais uma eliminatória.
Abraço.
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