sexta-feira, 11 de março de 2011

ATENÇÃO A ISTO, MUITA ATENÇÃO - Dois casos que dão que pensar.

--- Confesso que atendendo ao facto da Assembleia Geral da F.P.F., ser apenas no dia 19 deste mês e da 2ª mão dos 1/8 de final da Liga Europa serem no dia 17 de Março, sabendo-se que caso seja chumbada a alteração dos estatutos deste organismo, a UEFA decreta a suspensão das selecções e dos clubes das provas europeias, com efeitos imediatos, tenho imaginado vários cenários que podem influenciar a decisão daquelas associações que estão nitidamente a reboque de certos clubes e receosas de perderem o poder e a influência que detêm.
  Imaginem o seguinte cenário: O Benfica era o único clube a passar aos 1/4 de final da Liga Europa, o Porto e Braga eliminados. O que fariam essas associações?
   Pois bem, não estão a ver a votarem favoravelmente e a viabilizarem a possibilidade do Benfica conquistar a prova, pois não? É que as campanhas sucessivas para que o Benfica forte, dominador e conquistador não volte a surgir são tantas, que esta seria a manobra com chave de ouro.
   Agora imaginem outro cenário: O Benfica era eliminado e o Porto e Braga passavam aos 1/4 de final.
  Qual será neste caso o sentido de voto das referidas associações? Com o Benfica de fora, permitiriam o Porto e o Braga que as suas associações inviabilizassem a sua continuidade na Prova? Não me parece.
   É que estes cenários colocam-se e dão que pensar.
Outra questão que nada tem a ver com isto, diz respeito à entrevista de Hermínio Loureiro ao semanário " Sol", que tomei conhecimento no blogue Somos Benfica , cuja  gravidade do seu conteúdo é tal, que estranho a razão pelo seu branqueamento por toda a comunicação social desportiva e pior ainda, por parte da Justiça Desportiva, nomeadamente do CD da LPFP e mesmo por parte do Ministério Público.
   Senão vejamos o que diz: 
 Hermínio Loureiro, antigo Presidente da LPFP, nessa entrevista, denuncia pressões do FC Porto para “correr” com Ricardo Costa da Comissão Disciplinar, atentem bem às questões e às respostas, porque o significado dessas palavras, dão bem conta da contínua e eterna via corruptora do FC Porto, às pressões e aos agentes fiéis que agem em nome do clube.
A pergunta do jornalista Luís Rosa: “Valentim Loureiro ou Pinto da Costa nunca lhe disseram para controlar o que Ricardo Costa (presidente da Comissão Disciplinar da Liga) andava a fazer?”
A resposta: “A única pessoa que me falou do Ricardo Costa foi o Adelino Caldeira, vice-presidente do FC Porto, a 3 de Setembro de 2008, num almoço no restaurante Lusíadas, em Matosinhos. Ele foi clarinho e apreciei a frontalidade. Disse-me: ‘Meu caro, ou você corre com o Ricardo Costa e tem a vida facilitada ou vamos fazer-lhe a vida negra’. Certo é que não mudei a orientação de total autonomia que dei desde o início à Comissão Disciplinar. Desde esse dia que percebi que me iam fazer a vida negra e fizeram.
E porque quereria o FC Porto afastar Ricardo Costa? [a pergunta parece inocente, mas terá de ser feita para se obter o testemunho de Hermínio]. “Tem a ver com as decisões disciplinares do Apito Dourado, como é evidente”, respondeu. Hermínio Loureiro contou que Filipe Soares Franco, ex-presidente do Sporting, “também várias vezes sugeriu” que o presidente da Liga “substituísse o Vítor Pereira”.
Mas o episódio com Adelino Caldeira teve repercussões?
 Hermínio Loureiro manteve-se inflexível e gerou ódio no FC Porto. “A partir desse momento, aconteceram coisas absolutamente artificiais como a novela da entrega do troféu de campeão que levou o Porto a escrever uma carta ao secretário de Estado do Desporto a fazer queixa da Liga. O barulho que fizeram!”, conta Hermínio Loureiro.
O ex-dirigente da Liga lamenta que tenha passado a imagem de que a Liga não queria entregar o troféu ao FC Porto e fala de indisponibilidade do clube: “Esteve marcada a cerimónia e essa entrega não foi feita porque Pinto da Costa tinha casamento marcado com a senhora Filomena. Obviamente, se o presidente do Porto não estava presente, a Liga não ia fazer essa entrega. E Tiago Craveiro, secretário-geral da Liga, várias vezes falou com Antero Henriques (director do FC Porto) para tentar marcar uma data para a entrega do troféu, mas nunca havia disponibilidade. Criou-se a ideia de que a Liga não queria entregar o troféu ao Porto – isto cabe na cabeça de alguém?”
A entrega da taça acabou por acontecer, com episódios surreais... “Lembro-me também que, quando saí da sala para entregar o troféu, ouvi um diligente funcionário do Porto a dizer: ‘Desliguem a música! Desliguem a música!’. Era para se ouvirem melhor os assobios. Nunca vi entregar um troféu sem música. Foi original. Foi claramente uma história montada para criar problemas e desgaste, para fazer com que eu não fosse entregar o troféu. Para depois me acusarem de lá não ter ido. As pessoas conheciam-me mal.”
O Conselho de Justiça da Federação decide reduzir a suspensão aplicada pela Liga a Hulk e a Sapunaru e Loureiro demitiu-se: “Assumi as minhas responsabilidades. Não sendo jurista, entendi como uma enormidade a desproporção dos castigos aplicados aos jogadores Hulk e Sapunaru pela Comissão Disciplinar e pelo Conselho de Justiça. Não podemos confundir três jogos com quatro meses”, justifica.
Esta demissão “foi um grito de revolta”, mas também ela assenta em histórias estranhas. Foi Pinto da Costa quem deu conhecimento a Hermínio Loureiro da decisão do Conselho de Justiça, muito antes da mesma ser tornada pública...
“Sabe quem é que me ligou a dar nota da decisão do Conselho de Justiça? Não imagina. Foi Jorge Nuno Pinto da Costa. Fez questão de ligar-me para dizer qual tinha sido a decisão do Conselho de Justiça. Esta é a parte que posso contar desse telefonema”, revela Hermínio.
O então presidente da Liga garante que não sabia de nada... “Não estou com isto a dizer que o presidente do Porto tivesse tido acesso a inside information. Estava dentro do carro, e recebi um telefonema de um número que não tinha gravado. Atendi e ouvi: ‘Daqui fala Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto’. E transmitiu-me a decisão do Conselho de Justiça e depois disse-me um conjunto de coisas que não posso tornar públicas”.
“Porquê? Não são reproduzíveis?”, questiona o jornalista do Sol. “Não posso, não devo. Sei o que é publicável e transmissível, e o que não é. A partir desse momento, procurei confirmar a informação, pois havia muita contra-informação a circular – a RTP chegou a noticiar uma coisa à hora de almoço que não se veio a confirmar. Mais tarde, o secretário-geral da Liga de Clubes confirmou-me a decisão. Perante esta situação, ponderei sozinho algumas horas e decidi renunciar ao cargo de presidente da Liga de Clubes. Informei os meus colaboradores e solicitei a todos os titulares de cargos nos órgãos da Liga que se mantivessem em funções para manter a normalidade”.
  Perante esta entrevista, será possível a comunicação ´social desportiva não lhe dar o devido destaque? Perante estas palavras, será possível a Justiça desportiva ficar inerte? Perante estes claros indícios de corrupção,  um crime de natureza pública, com uma testemunha forte e credível, será possível que o Ministério Público faça ouvidos moucos e não abra um processo de inquérito que venha a dar azo a um processo crime?
  Só mesmo neste país, em que perante claros indícios de corrupção continuada, se fica a assobiar para o lado, é por estas e por outras é que os fora da lei se dão ao luxo de dizer que outros estão acima da lei.
  Julgo que todos nós, temos o dever de divulgar e denunciar esta podridão, eu já tomei a iniciativa.

6 comentários:

Lisboa disse...

Publiquei no FB

Jotas disse...

Caro Lisboa, peço desculpa, mas não consigo identificar o que significa FB. agradeço o esclarecimento.
Um abraço e obrigado

Manuel Oliveira disse...

Amigo Jotas, pensei que já soubesses desta entrevista. Na altura que saíu foi muito falada.
Já não me lembro se fiz algum post com isso ou não. Irei pesquisar!
Quanto aos cenários que colocas, sinceramente eu acho que os estatutos vão ter que ser aprovados independentemente dos clubes que se apurem para os quartos de final da Liga Europa. E sabes porquê? Porque a suspensão não é apenas para o resto desta época, manter-se-á para a próxima se entretanto os estatutos não forem aprovados. E o Benfica se fosse lesado exigiria uma valente indemnização, não tenho dúvidas!
O meu único receio é que antes do dia 19 as associações corruptas que vêm protelando, consigam negociar com a Liga e/ou FPF a colocação do Paulinho Costa na futura Comissão de Arbitragem da FPF.

Abraço.

troza disse...

Também me lembro desta entrevista. É incrivel... e, a juntar a isso, foi a coincidencia de, mais uma vez, só reduzirem os castigos aos jogadores do Porto.

Eles fabricam ódios, eles fabricam histórias, fazem-se de vitimas quando controlam tudo.

E sim... não me importava nada que o Benfica fosse o único clube a passar e que os outros fossem para a rua. É mais provável que seja o porto o único a passar mas logo se verá o que acontece...

Lisboa disse...

Jotas, FB = Facebook :)

O Hermínio penso que falou disso na BenficaTV. E falou também algumas coisas dessas pouco tempo depois de sair quando foi à TV, mas o assunto morreu 1 ou 2 dias depois..

O que interessava era falar do 'campeonato dos túneis'

Este ano não falam do campeonato da 'apaf' e do campeonato das 'bolas de golf'

Cumps

João Tomaz disse...

Concordo com o Manuel, não me passa pela cabeça outro cenário que não o da aprovação dos estatutos. Por acaso, sempre pensei que a suspensão não teria efieto imediato mas apenas a partir da próxima época.
O que se deve retirar desta fantochada é, mais uma vez, o papel desempenhado pelo péssimo secretário de estado que temos a tutelar o desporto em Portugal. Primeiro fez uma lei que obriga a que haja 75% dos votos, depois age como se nada tivesse a ver com ele. Mais valeria que fosse somente um inútil. É péssimo e só faz mal ao desporto em Portugal.

Quanto à entrevista, também me surpreende que não tivesses já conhecimento dela. Na altura, a primeira impressão que tive foi que veio com meses de atraso. Do conteúdo, esperava aquilo e muito mais.

 
Adaptado por Blogger Benfiquista