A 1ª jornada que termina hoje em Aveiro, fica marcada pelos empates dos principais candidatos ao título, ninguém tirou vantagens e como tal continua tudo na mesma, assim como a sina do Benfica que não consegue novamente vencer na estreia, uma malapata que não larga o clube, mas que no Sábado teve um culpado evidente, o treinador Jorge Jesus.
BENFICA 2 BRAGA 2 - Um empate para o Benfica tem sempre de ser considerado um mau resultado, seja qual for o adversário, pior ainda, sendo no Estádio da Luz e contra o Braga, daí, terem sido muito mal aceites por mim, as palavras de Jorge Jesus no final do jogo, dizer para justificar o resultado, que é preciso não esquecer que defrontamos uma grande equipa e que já previa que o jogo fosse assim, é minimizar a dimensão do Benfica, muito mal será, quando para o Benfica um empate caseiro com o Braga não é considerado um mau resultado, isso é falta de cultura de exigência e exigência é algo que tem de haver sempre no clube.
Como sabem, sempre fui e continuarei a ser, até certo ponto, um defensor de uma política de continuidade, é minha convicção, que só assim se adquir um rumo e estabilidade, daí, a minha defesa ao longo da época passada na continuidade do treinador, mas esse facto, não me impede de achar que Jorge Jesus foi o principal culpado do desaire desta 1ª jornada, não por causa de Melgarejo, apesar de este ter ficado intimamente ligado aos golos adversários, mas porque houve decisões que hoje me custam perceber e que sinceramente gostava que alguém me pudesse explicar.
Eis o meu entendimento e repito, alguém que me explique o que não consigo perceber:
O Benfica faz uma pré temporada a insistir num modelo de jogo que contemplava apenas um ponta de lança, numa espécie de 4-3-3 e depois apresenta-se no primeiro jogo oficial em 4-4-2, mas mais incompreensível ainda é ter visto Carlos Martins a fazer uma pré temporada soberba e depois não só não entra no 11, como vê entrar em campo Aimar que nem pré época fez devido a lesão, sinceramente, por mais que tente, não encontro uma explicação razoável para isto.
O grave deste tipo de situações, é a mensagem que passa do treinador para o grupo, ou seja, Carlos Martins, após ter visto esta situação, ficou ciente, que jogue o que jogar, esteja ou não em melhor forma, nunca será 1ª opção, mesmo que Aimar não treine e isto é grave.
Quanto ao jogo em si, creio que o Benfica entrou em campo demasiado ansioso, por sua vez o Braga, mais tranquilo, preocupava-se essencialmente em impedir as transições do Benfica retirando-lhe espaços nas alas e impedindo Witsel de pegar no jogo, o Benfica, sentido incapacidade em desenvolver o futebol que mais gosta, começou a mostrar sinais de algum nervosismo.
Daí que o jogo até ao intervalo tenha tido poucos motivo de interesse, sem grandes situações de golo, sendo que o Benfica vivia essencialmente de alguns rasgos individuais de Rodrigo e Salvio.
Na 2ª parte, o Benfica entrou com maior velocidade e foi por essa razão que bem cedo chegou ao golo, num bom lance de Rodrigo, que cruza para o interior da área, com a bola a ressaltar 1º no braço de Douglão, depois no de Cardozo, mas sem que estes sequer se apercebessem da bola, que sobrou para Salvio que atirou para o fundo das redes, assinalando da melhor forma o seu regresso à Luz, ou seja, ao contrário do que diz Peseiro, um lance perfeitamente legal.
Percebeu-se que o golo tranquilizou o Benfica, a equipa estava mais solta e começava a ter mais espaços e sem que nada o fizesse prever, pois o Braga não conseguia reagir um cruzamento para a área benfiquista, provoca o auto golo de Melgarejo que curiosamente até então estava muito certinho a defender, um lance de enorme infelicidade do jovem paraguaio.
Com o golo caído do céu, o Braga voltou a entrar no jogo e a verdade é que se aproveitava de uma tremideira incompreensível que se apoderou do Benfica, depois, a felicidade estava toda do seu lado, num lance completamente inofensivo, Melgarejo com o lance perfeitamente controlado, faz um alívio desnecessário para uma zona perigosa e mais uma vez, de forma feliz, Alan falha o remate, mas caprichosamente este sobra para Mossoró que se limitou a desviar Artur e fazer o 1-2.
Curiosamente o Benfica até reagiu muito bem a essa adversidade e foi para cima do Braga, a equipa estava finalmente desinibida, Rodrigo e Salvio cotavam-se neste momento como os jogadores mais inconformados no Benfica e iam abrindo brechas na defesa adversária, até que surge de novo Jorge Jesus e retira precisamente do campo estes 2 jogadores que eram apenas os melhores da equipa, sinceramente, tanto erro num só jogo é muito coisa para conseguir digerir.
Percebi que a intenção da entrada de Aimar seria o de ter alguém que conseguisse pautar o jogo, mas como se podia pedir isso a um jogador que esteve mais de um mês sem pré temporada? Seria mais compreensível a entrada de um jogador em grande forma, mas se calhar o seu problema é não se chamar Carlitos Martinez.
Curiosamente, do nada surge o empate, um cruzamento para a área e Luisão a cabecear com Custódio a desviar a bola com a mão, penalti sem qualquer dúvida, mas com o 1º erro crasso, Douglão que não interfere no lance a ver 2º amarelo e consequente expulsão, quando o prevaricador foi o internacional português.
Cardozo na concretização do penalti, atira forte e empata a partida, naquela que era o resultado mais adequado ao que se passava no jogo.
Depois veio a parte mais frustrante do jogo, 20 minutos a jogar contra 10 e uma gritante incapacidade do Benfica em conseguir encostar o seu adversário às cordas, foi lamentável ver que embora sem criar perigo, era o Braga quem controlava o jogo e geria a posse de bola, quando deveria ser o Benfica a acelerar, a ganhar a bola e a ter a iniciativa e o controlo do jogo, sinceramente, saí da Luz com uma sensação de falta de querer e ambição na equipa e isso é algo que não pode acontecer numa equipa que efectivamente quer ser campeã, apesar de nesse período, o Benfica ter feito um golo perfeitamente legal, vendo o árbitro transformar em falta de Cardozo um monumental frango de Beto.
Pela positiva: A adesão maciça de público, quase 55 mil na Luz em tempo de crise é notável e os adeptos não mereciam ver uma equipa tão pouco ambiciosa.
Pela negativa: Jorge Jesus, se muitas vezes o elogiei, hoje devo dizer que as suas decisões, antes e durante o jogo princípio do precipício do Benfica neste jogo.
Arbitragem de Soares Dias - Foi uma arbitragem que pese embora estar a pactuar muito com o anti jogo bracarense deste o apito inicial, até estava a ser bem ajuízada técnica e disciplinarmente, mas a borrar a pintura, primeiro devido ao seu auxiliar que fez com que Douglão fosse expulso, quando é Custódio que faz o penalti e ao anular de forma inconcebível aquele que seria o golo do Benfica, num lance em que Beto deixa cair a bola das mãos sem qualquer contacto, ou seja, seria um frango e nada mais.
Esta jornada só acabou por não ser mais nociva para o Benfica porque os seus mais directos rivais também empataram, primeiro o Porto em Barcelos, num jogo que não vi, mas segundo me disseram, contou com uma exibição muito apática do Porto e uma grande postura dos homens do Gil, curioso verificar que sempre que o Porto joga com equipas que nada lhe devem, as suas dificuldades aumentam imenso.
Depois veio o Sporting que também cedeu pontos em Guimarães, um campo sempre complicado, pese embora a enorme revolução que surgiu naquele clube e que poderia fazer com que a equipa não estivesse ainda devidamente moldada, ou seja, para o Sporting não haveria melhor período para ir ao Afonso Henriques.
Apenas segui mais atentamente a 2ª parte do jogo e o que vi do Sporting foi uma equipa com uma coesão defensiva muito superior à da época passada, com esta nova dupla de centrais a darem outra garantia que Polga e Xandão estavam longe de dar, factor esse que dá mais confiança à equipa.
Foi um período de jogo a que assisti de sentido único, com o Sporting a procurar o golo de forma insistente mas sem grande clarividência, de tal modo que tirando um ou outro lance de maior perigo, não me lembro de uma grande oportunidade de golo.
Já o Guimarães foi uma equipa essencialmente preocupada em tapar os caminhos da sua baliza, o que conseguiu com êxito, mas que nunca teve a necessária clarividência para aproveitar de definir melhor os momentos de saída para o contra ataque, umas vezes por mérito do Sporting, que matava as jogadas em falta logo no seu inicio, ora por demérito de um Guimarães sempre muito ansioso quando na posse de bola.
Concluindo, uma 1ª jornada que faz com que se inicie a próxima na mesma, ou seja, candidatos empatados.