terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

REALIDADE SPORTINGUISTA - Um clube à deriva.

--- Ouvi atentamente a entrevista de Costinha, ontem na Sport TV, uma entrevista forte, sem papas na língua e que foi elucidativa da realidade leonina, ou seja, um clube falido financeiramente e mais grave de ideias, navegando completamente à deriva.
   Nada que seja surpreendente aos olhos do público mais atento, lamenta-se por um lado, porque de facto, num campeonato já de si com défice qualitativo, pior fica, quando um grande do nosso futebol, chega a este estado, mas por outro lado, é o reflexo da submissão e veneração ao Porto, o clube de admiração e respeito da maioria dos seus adeptos, com é bem evidente nos seus representantes nos programas desportivos da televisão portuguesa, exceptuando talvez o Eduardo Barroso, porque apesar de pouco perceber de futebol, como ele próprio o afirma, tem um capital intelectual maior que os outros e além de tudo, não gosta de ser enganado e como tal recusa-se a oferecer a outra face ao clube que mais os tem prejudicado.
   No fundo, enquanto o Sporting olhar outros com admiração, sem uma identidade própria, revelando uma cegueira da realidade actual, tendo o Benfica como seu ódio de estimação, em vez de fazer uma séria introspecção e dar claros sinais de independência enquanto clube, que neste momento não existe, o clube nunca resolverá os seus imensos problemas, nem encontrará o seu caminho.
    Costinha começou por dizer que achou ser este o momento certo para dar a cara em defesa do seu grupo de trabalho, mas na realidade, para além de colocar em causa a administração da Sad do clube, mais não fez do que agir em sua defesa, provocando certamente mais rupturas do que união.
    No entanto, pareceu-me que Costinha foi honesto no que disse, falando até com alguma mágoa e emoção, colocando o dedo na ferida, quando afirmou que o Couceiro vem resolver o mesmo que ele, ou seja, nada, porque no Sporting, parece que se criam directores, para que administradores, se refugiem das responsabilidades com a cabeça mergulhada na areia e eles assumam tudo o que de mau aconteça no clube e que sejam eles o alvo da ira dos seus adeptos.
   De facto, como ele ressalvou, no Sporting, existe uma tremenda falta de solidariedade, onde só alguns dão a cara e só alguns levam pancada, com os administradores do clube, qual elite, a não se poderem misturar com a ralé e para eles, a ralé são os sócios e adeptos do clube, para isso estão lá os empregados, uma realidade latente e lamentável.
   Costinha teve ainda a coragem de assumir aquilo que o seu Presidente e administradores nunca conseguiram assumir, que a manter este rumo, o Sporting não pode iludir e enganar os sócios e dizer que são candidatos ao título, porque na verdade, a realidade leonina não se pode comparar à dos seus mais directos rivais e isso é um facto evidente.
   Em relação ao negócio Moutinho, ficou mais uma vez evidente que o jogador há muito que estava comprometido com o Porto e que aquilo que a equipa nortenha transmitiu para a opinião pública foi mentira, mais uma vez o Porto enganou o Sporting neste caso, quem o disse claramente foi o director desportivo leonino, mas infelizmente a cegueira vai continuar.
    Entre muitas outras coisas que Costinha afirmou, há uma que dá uma imagem clara da feira de vaidades que constitui neste momento o universo leonino.
   Ao afirmar que o Sporting tem tido mais presidentes que jogadores, deu uma ideia clara do elitismo e linha sucessória que atingiu o clube, mas mais grave ainda, é a sua confissão que que não o deixam trabalhar como quer e que o seu trabalho tem imensas forças de bloqueio no clube, chegando mesmo a afirmar que não sabe se veio para o clube para trabalhar se para servir de escape, realçando inclusive,  a gravidade do negócio do jogador Liedson lhe ter sido comunicado como consumado, quando ele é o director do futebol, mas caramba, se assim é, não pode ao mesmo tempo afirmar que será o último a abandonar o barco, porque se está ali e nada pode fazer, se nada passa por ele e é meramente uma figura decorativa, então se lhe resta um pingo de dignidade e amor próprio, atendendo até ao teor de tudo o que acabou de dizer, mais não lhe resta do que demitir-se.
   No fundo, Costinha transmitiu a todos os que o ouviram, uma realidade grave e triste do Sporting, uma imagem de um clube sem rumo, sem viabilidade financeira e completamente à deriva e cujo caminho que segue, está repleto de armadilhas, caminhando em direcção a um perigoso abismo.   
  Concluindo, Braz da Silva, candidato às eleições leoninas, informa que vai criar um fundo de 50 milhões, Bruno Carvalho, também ele candidato, um fundo vai criar e Costinha confirmou que no fundo está o Sporting.

5 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Clap, Clap, Clap

Fantástico, como são sempre, este artigo, caro Jotas
Fabulosa interpretação do que se passa actualmente no Sporting.

Mas é uma pena. Ao longo dos anos habituei-me a ver o Sporting como um grande clube, que jogava sempre para ser campeão e que nos deu alguns dissabores, lol.
Faz falta ao futebol português um Sporting forte que eleve a competitividade a fim de existir maior equilíbrio entre os clubes

Vai mal o Sporting, é um facto visível. Como dizes e bem, caminha a passes largos para o abismo, se nada for feito ... rapidamente

Cumpts

troza disse...

Ora, dois excelentes posts... eu não vou acrescentar quase nada a não ser dois pontos:
1 - Tenho pena dos verdadeiros Sportinguistas... para bem deles, era bom que um deles se chegasse à frente e limpasse o clube da escumalha. Mas quem fizer isso tem de garantir que tem sucessor pois isso implica tirar poder à JuveLeo e tomar decisões pouco populares... e sabe-se que a maior parte dos que se dizem sportinguistas só querem que o Benfica não ganhe...

2- Há muitos a dizerem que têm pena e não sei mais o quê do Sporting estar assim. Pena no aspecto de uma rivalidade saudável, talvez. Mas a mim... este Sporting dá-me muitas alegrias pois tenho um anti-benfiquista em casa com simpatia pelos verdes em casa e digo-vos que sabe bem o facto de as coisas estarem a acontecer como essa escumalha merece. E eram tudo invenções dos benfiquistas... o apito dourado, a estreita ligação Porto-Sporting que só prejudica o sporting... enfim... eles gostam assim, só têm o que merecem.

Manuel disse...

Muito bem escrito e descrito. É triste mas é a realidade. E contra factos não há argumentos.

Uma maneira de pensar e uma cultura destas, que está enraizada nos genes e no ADN dos sportinguistas, não se consegue mudar de um dia para o outro. Diria mais, levaria uma geração. Assim, sinceramente não vejo grande viabilidade para o clube a curto prazo. A médio/longo prazo, vejo o Sporting a ser ultrapassado por outros clubes que já lhe estão a morder os calcanhares.

E a médio prazo vai acontecer o mesmo aos andrades. Irão ver. Não se pode construir uma casa em alicerces de barro. Sobre o compadrio, a corrupção e o tráfico de influências. E todas as outras manigâncias que eles estão sempre prontos a abraçar, que se conhecem e desconhecem. É o tal tipo de cultura empresarial que não tem futuro.

Manuel Oliveira disse...

Só tenho de subscrever amigo Jotas. Sabes que postei sobre isto também e realmente só resta ao Costinha bater com a porta se quiser ser respeitado. Se o não fizer estará a demonstrar que está agarrado ao tacho e não tem dignidade.

Abraço.

Carlos Alberto disse...

Mais um excelente artigo do amigo Jotas.

Quanto ao Costinha, a minha mulher estava ao meu lado a ver a entrevista (caso raro ela deixar-me ver a Sporttv sem ser futebol. LOL) e até ela teve pena do Costinha que parecia alguém a quem pedem o céu mas recusam dar ar para o balão quanto mais um avião.

Se tenho pena do Costinha? hummm... NÃÃÃÃÃ. Não me esqueci a entrevista dele sentado no sofá no WC a dizer que odeia o Benfica. Se lamento que o Sporting esteja nestes sarinhos? hummm... NÃÃÃÃÃ. Quero mais é que eles se fdm, submissos da bugalhinha!!!

 
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