--- Após mais uma exibição convicente do Benfica, começam a faltar adjectivos para classificar o bom futebol desta equipa, futebol esse, cuja qualidade, lhe dá total mérito e inteira justiça na sua liderança, a qual, só pode ser questionada por ma fé, ou por alguém com uma tremenda incapacidade de ver e apreciar bom futebol, isto numa jornada marcada por mais um falhanço rotundo do Porto que em definitivo disse adeus ao título e pelo ampliar da vantagem do Benfica para 3 pontos sobre um Braga que começa a acusar a pressão de ir atrás, embora continue a depender de si mesmo.
BENFICA 3 P. FERREIRA 1 - Faltou mais uma goleada para espelhar a realidade deste jogo e a realidade foi um Benfica forte, que entrou a todo o vapor, desbaratando por completo a estratégia dos homens da capital do móvel, obrigando-os desde cedo a abdicar do super povoamento do seu meio campo e a jogar a todo o campo, facto esse que acabou por valorizar a vitória encarnada, o próprio Paços e o bom jogo a que se assistiu na Luz.
O ritmo inicial imposto pelo Benfica foi de facto diabólico, com um Di Maria supersónico, bem secundado por Saviola, Ruben Amorin e Carlos Martins, pelo que o golo cedo se adivinhava, pois seria impossível ao Paços aguentar as constantes mutações dos avançados e do meio campo do Benfica, com Cardozo a assistir na perfeição Amorin, que de cabeça coloca a bola no fundo das redes.
A intenção do Benfica parecia ser resolver cedo a questão, para depois, com bola, poder fazer a gestão de esforço e 4 minutos após o primeiro, surge o 2 a 0, num golo muito bem trabalhado por Saviola, após um passe fantástico de Di Maria.
Pensou-se que o xeque mate estava dado, mas não, isto porque ou por falta de eficácia na finalização, ou por mérito de Coelho, guarda - redes pacense, o 3º golo não surgia, pese embora o elevado número de oportunidades criadas e como quem não marca sofre, o Paços, reduz por William, mesmo à beira do intervalo, na única situação de golo que criaram na 1ª parte, fruto de uma subida no terreno de David Luiz, que desguarneceu a retacguarda e como Ailton (apesar do belo jogo que fez), ainda não tem as rotinas de Javi, não fez a devida compensação e assim ao intervalo o resultado era de 2 a 1, demasiado lisonjeiro para o Paços.
Na 2ª parte, o Benfica volta a entrar muito forte e logo na fase incial, Amorin, isolado na direita, só não bisou porque Coelho tem uma bela intervenção, depois, Cardozo, falha também ele um golo feito, em seguida Di Maria, em mais uma jogada fenomenal, atira à trave, até que no meio de tanto azar, Cardozo, num remate feliz, faz o golo que sentenciou a partida.
Com 3 a 1, Jorge Jesus, achou por bem, refrescar a equipa e dar minutos a jogadores menos utilizados, numa fase em que todos vão ser precisos, é a prova de confiança do treinador nos seus atletas e com isso, naturalmente, o Benfica baixou o ritmo, geriu a posse de bola e obviamente a intensidade de jogo não foi a mesma, mas a verdade é que a equipa pacense também já não tinha argumentos para colocar em causa a vitória do Benfica e pese embora a menor intensidade e velocidade de jogo, foi o Benfica que esteve sempre mais próximo do 4 a 1, que o Paços do 3 a 2, num jogo que terminou com mais uma vitória categórica, justa e inequívoca do Benfica.
Pela positiva: A intensidade de jogo do Benfica, numa fase bem adiantada da temporada e as grandes exibições de Di Maria e Ruben Amorin, pela negativa: o elevado número de oportunidades desperdiçadas pelo Benfica, que poderiam ter dado outra expressão ao marcador.
Arbitragem de Soares Dias, algo itermitente, mas com a intenção de deixar jogar, com um lance de possível penalti de Maxi Pereira, mão na bola ou bola na mão? Complicado de ajuízar e muito bem no amarelo a Saviola, simulação clara num lance sem qualquer ilegalidade, este lance foi mesmo à minha frente e não tive dúvidas.
PORTO 2 OLHANENSE 2 - Sob o efeito psicológico do resultado de Alvalade que o deixou praticamente fora da corrida do título, o Porto entrou adormecido, com jogadores perdidos e com a demonstracção clara que as opções de banco, não são opções válidas e de qualidade, com Miguel Lopes e Maicon, a serem autênticos desastres na manobra defensiva da equipa e Tomás Costa a confirmar a cada jogo que passa a sua vulgaridade, pelo que quando acordou, já Djalmir, tinha marcado dois golos e confirmado uma entrada forte no jogo, deixando Jesualdo à beira de um ataque de nervos.
O Olhanense como que se deslumbrou com essa vantagem tão cedo e alcançada de forma tão simples, até porque, verdade se diga, o Olhanense é uma equipa que não sabe jogar defensivamente, adoptando normalmente uma atitude positiva no jogo.
Assim, aos poucos, o Porto foi crescendo no jogo e começava a chegar com perigo à baliza adversária, mas os nervos, toldavam a frieza na hora de finalizar e com isso veio o desperdício, embora sempre com um futebol desgarrado, muito de coração e pouco com a razão.
Na 2ª parte sim, o Porto entrou dinâmico e com as alterações introduzidas, ao entrarem habituais titulares, a equipa conseguiu impor um ritmo mais intenso e as oportunidades começaram a surgir com alguma naturalidade, até porque fruto da pressão portista, o Olhanense, começava a não conseguir chegar à baliza de Helton e da única vez que ali chegou, Bruno Alves carrega um jogador do Olhanense na área, ficando um penalti por assinalar, seria o 3 a 0 e aí o jogo acabava, mas diga-se seria demasiado injusto para aquilo que o Porto agora jogava.
Após tanto desperdicío e um penalti que também me pareceu ficar por assinalar, por falta sobre Ruben Micael, o Porto, numa jogada muito confusa, reduz aos 80 minutos, de facto já merecia o golo, mas este surgiu demasiado tarde e o máximo ao que a equipa agora poderia ambicionar era o empate e este surgiu mesmo no fim, o que acabou por premiar a persistência portista e castigar a falta de capacidade do Olhanense nesta fase da partida.
Pela positiva: o instinto matador de Djalmir, que com 33 anos, ainda mostra classe a finalizar e a pressão do Porto na 2ª parte, com 2 golos e 2 bolas na trave. Pela negativa: o menosprezo de Jesualdo ao seu adversário, que lhe valeu começar a partida a perder 2 a 0, poupar jogadores numa fase em que não pode falhar, revelou-se fatal para o Porto.
Arbitragem com 2 erros graves, com um penalti por assinalar para cada lado.
BELENENSES 0 SPORTING 4 - Não vi este jogo, mas pelo que li, vi e ouvi, foi um jogo com 2 partes completamente destintas e com um super Liedson em campo.
Se na 1ª parte, o jogo foi algo lento e aborrecido, com algum equilíbrio entre as equipas e com poucas oportunidades de golo, a 2ª parte, foi toda ela do Sporting, fruto da maior velocidade dada ao jogo e porque Saleiro entrou a todo o gás na partida, desbaratando por completo a já de si débil equipa do Belenenses.
Mas, houve muito mérito da equipa de Alvalade, porque aumentou a pressão sobre o adversário, subiu o seu bloco e como que encurralou o Belenenses no seu meio campo e a verdade é que com isso, começavam a surgir os lances de perigo na área azul e os homens de Belém não conseguiam sequer passar do seu meio campo, pelo que com naturalidade, surgiu o golo que se adivinhava, com Liedson a finalizar um bom cruzamento de Saleiro e com Bruno Vale a pagar caro a sua hesitação e sair dos postes.
Com o golo, o Sporting moralizou ainda mais e ao invés, o Belenenses ficou ainda mais destroçado, é a pressão inerente ao ser o último classificado e com um domínio avassalador, Liedson aproveita uma confusão na área para bisar, depois, Moutinho vê um golo fantástico ser-lhe mal invalidado, apesar de ser um lance rápido e algo complicado para o assistente de Hugo Miguel, mas como a noite era verde branca e de Liedson, que não ficou satisfeito com o hattrick, no seu melhor golo da noite e culmina com um Póker, o primeiro da sua carreira e de que poucos se podem orgulhar, enfim uma grande noite do levezinho e um Sporting que parece agora respirar confiança e com isso vem a serenidade suficiente para que apresente um melhor futebol.
Pela positiva: O póker de Liedson, é raro marcar 4 golos num jogo e a dinâmica da equipa sportinguista na 2ª parte, pela negativa: este Belenenses, demasiado frágil e psicológicamente afectado, talvez, porque na cabeça dos jogadores impere já uma sensação de incapacidade para dar a volta ao texto, é com muita pena minha, que assisto ao descalabro de uma equipa com a qual sempre simpatizei e muito.
Arbitragem de Hugo Miguel seria boa se não fosse manchada pelo seu auxiliar ao invalida um golo limpo a Moutinho e logo um golo de tal beleza. Ninguém percebeu a hesitação em validar o 2º golo do Sporting e errou também ao marcar falta de Liedson num lance com Beto, não é seguramente penalti, mas muito menos falta do atacante sportinguista.
Em suma, foi uma grande semana desportiva para o Benfica, que vê definitivamente o Porto afastado do título e o Braga mais longe, embora, a fronteira de 3 pontos, seja muito ténue.
10 comentários:
Jotas de facto começa a faltar adjectivos para o excelente futebol que o Benfica está a praticar. Mas eu prevejo um futuro muito difícil fora das quatro linhas, que eu me engane, mas...
Força Benfica
Bela crónica como é habitual, amigo Jotas. Mas, e o Braga?
Vitória que peca por defeito e grande exibição em muitos períodos do jogo. Apesar de saber da sua valia, voltou-me a surpreender o Airton pois não acusou a pressão e mais uma vez fez esquecer o grande Javi. Com um meio campo completamente renovado confesso que não esperava tanto futebol.
Abraço.
um abraço a esse enorme Benfiquista de nome Jotas...
este titulo é nosso, ja ninguem o tira...
Excelente cronica. Subscrevo inteiramente.
Cumprimnetos
AH! Grande Jotas!
Uma crónica - mais uma - soberba que aborda todos os pormenores dos encontros entre o Grande e os pequenos que seguem na sua peugada com manias de também se julgarem grandes.
Um abraço
O Poderoso Benfica segue a passos largos rumo aos títulos.
Abraço
Jeferson
Obs: Fico grato se visitar meus dois blogs:
http://www.aguia-fc.blogspot.com
http://www.vascao10ev.blogspot.com
Grande poste grande amigo Jotas, o nosso glorioso esta caminhando para o titulo :)
Cada vez mais próximos do objectivo primordial, caro Jotas. Está quase!
Bem, uma vitória obrigatória antes de um ciclo difícil.
Mas isto começa a chatear. Nada está ganho, é nervoso todos os dias de jogo... Mas isso também é bom porque quer dizer que estamos na luta pelo título e com boa hipóteses. Se assim não fosse o espírito era outro.
De destacar a forma do Sporting actualmente, os 3 pontos de vantagem com o Braga e a excelente forma (pelo menos para mim... gostava eu que jogassem assim sempre) do Porto.
O Benfica agora vai ter duas vitórias obrigatórias: Nacional e Braga. A vitória com o Nacional põe a pressão toda do lado do Braga para ganhar na Luz e, claro, o jogo com o Braga para garantir a liderança e, com sorte, a vantagem no confronto directo. Estes jogos valem mais que os 6 pontos: liderança, moral, outra maneira de encarar os jogos difíceis contra o Sporting e o Porto e super pressão para o Braga. E, se passarmos o Marselha, até uma disponibilidade extra para atacar a UEFA. Antes disso não convém.
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