---- Numa jornada sem novidades classificativas na frente da tabela, verificou-se que o Benfica, após a pausa nos campeonatos, continua na senda das goleadas, mas mais importante das boas exibições, as quais, continuam arredadas de Alvalade, onde o suspeito do costume, Liedson, lá vai disfarçando males maiores. O Porto esse, continua muito idêntico ao da época passada, ou seja, será sempre um forte adversário.
BELENENSES 0 BENFICA 4 - Vitória incontestável do Benfica, apesar, de estranhar hoje ao ler um jornal desportivo, que este queira não só fazer crer que o Benfica goleou por influência do árbitro e ficar estupefacto, ao verificar que quer os jornalistas desse diário desportivo, quer os comentadores das nossas televisões, desconhecem as regras do futebol, não sei se por conveniência, se por pura ignorância.
Senão vejamos: no lance do 2º golo do Benfica, de Cardozo, esses senhores que nada sabem de regras do futebol, colocam a linha imaginária do fora de jogo, junto ao último defensor do Belenenses, quando na verdade, essa linha, tem de ser colocada junto à bola, uma vez que quer o autor do passe, Saviola, quer o marcador do golo, estão ambos à frente do último defensor do belenenses, logo, o que conta é a linha da bola e não o último defensor.
Quanto ao jogo em si, começou com um bom ritmo e apesar de uma boa entrada no jogo do Benfica, curiosamente, foi o Belenenses a primeira equipa a criar perigo, num cabeceamento de Yontcha, que Quim, pós emendar uma saída em falso, desvia para canto. Esse lance, foi o ponto de viragem no jogo, a partir daí, o Benfica tomou as rédeas e começou a carburar, até que surge magia no minuto 6, Saviola, ainda no seu meio-campo, arranca por aí a fora e leva toda a gente atrás de si, já na área adversária, passa por 3 defensores azuis e factura um grande golo, em recarga a boa intervenção de Nelson, um grande golo de pura magia.
Um golo cedo, dá sempre mais tranquilidade, o Benfica, nunca mais perdeu o controlo da partida e embora num ritmo moderado, criava lances de bom futebol e boas situações de finalização, já o seu adversário, apenas por uma vez respondeu, mas com muito perigo, Yontcha, numa posição previligiada, permite uma soberba mancha de Quim, que evita o empate.
Na 2ª parte, houve muito mais Benfica, uma entrada fortíssima de uma equipa destinada a resolver a partida, bom ritmo, triangulações e dinâmica constante dos seus jogadores, pelo que o
2º golo, foi a sequência lógica da partida, em mais um belo lance de futebol, com Amorin a abrir com um toque subtil para Saviola, que se isola e oferece o golo de bandeja a Cardozo. O jogo ficou resolvido, apesar do mérito do Belenenses em nunca abdicar de o discutir, a verdade é que nunca se mostrou capaz de ameaçar as redes de Quim e depois, mais um golo de bola parada, falta nitída, por entrada a pés juntos de Mano, sobre César Peixoto e
Aimar a marcar para um cabeceamento subtil e perfeito de um senhor jogador, Javi Garcia e se dúvidas houvesse, a questão ficou resolvida. A partir deste golo, foi uma avalanche de bom futebol e de oportunidades de golo, ora negadas por boas intervenções de Nelson, ora por alguma inificácia na finalização, mas o 4º golo era uma questão de tempo e Ramirez, sempre muito em jogo, empurra para o 4 a 0, no único golo que me pareceu ilegal, mas julgo eu, sem influência no resultado.
BENQUERENÇA ao seu nível, mau, numa partida facilima de dirigir, foi complicando o fácil, embora o principal erro, tenha de ser apontado ao seu auxiliar, ao não anular o 4 tento encarnado. Em termos disciplinares, ficou um amarelo por mostrar a mano, numa entrada feia e durinha sobre David Luíz e este, pela sucessão de faltas, também deveria ter visto o mesmo cartão, já o amarelo a Luisão é no minimo ridículo.
Destaques pela positiva para Javi Garcia e Ramirez, estão em todo o lado, sempre em movimento e com uma entrega tremenda ao jogo, a Saviola, porque a jogada do 1º golo é um hino ao futebol e ao público encarnado, a ocorrer em massa ao Restelo, num apoio fantástico ao seu clube, pela negativa, o pouco público do Belenenses presente, esta equipa em formação e que até promete um campeonato tranquilo, merecia mais dos seus adeptos.
PORTO 4 LEIXÕES 1 - Vitória justa do Porto, com uma 1ª parte de grande nível, com um futebol de grande velocidade que desbaratava a débil defesa de um Leixões, muito distante da forte equipa da temporada passada, pelo que
o 1º golo do Porto, pecou por tardio e surge na sequência de uma jogada simples e bonita de futebol, com um belo cruzamento atrasado de Àlvaro Pereira, para um pontapé na passada de Varela, logo de seguida, penalti para o Porto, num lance que me deixa algumas duvidas e Hulk, na sua marcação, sentencia a partida.
Mas e um tanto ao quanto à semelhança do Benfica, o Porto não ficou satisfeito com 2 golos e aproveitando o desnorte adversário, caiu em cima em busca do 3º golo, o qual, juntamente com o 4º golo, surgiu com naturalidade e como sequência lógica de um dominio avassalador.
Na 2ª parte, o Porto, já a pensar no confronto de Londres, tirou o pé do acelerador e desse facto, beneficiou o Leixões, que foi crescendo e até dominando esta fase do jogo em alguns periodos da partida, pelo que o golo de Pouga, acaba por premiar a equipa de Matosinhos, num lance em anormalmente Bruno Alves se deixou bater nas alturas.
Destaques pela positiva para Álvaro Pereira, que apesar de apenas jogar 45 minutos, esteve em todos os golos do Porto, qual extremo esquerdo, num entanto, parece-me um jogador com algumas carências defensivas e Hulk, menos individualista e com pormenores de classe, pela negativa, um Leixões débil e sem agressividade.
VASCO SANTOS, teve uma actuação sem categoria e embora nada de nada possa ser apontado à mais que justa vitória do Porto, estranha-se, a dualidade num lance no limite da área portista, em que Fernando trava ostensivamente Faioli e nada marcou, já no penalti do Porto, não teve quaisquer duvidas.
SPORTING 1 P. FERREIRA 0 - Num jogo pobre, quer por culpa de um Sporting lento e previsivel, quer por culpa de um Paços que durante a 1ª parte, para além do azar de 2 substituições forçadas por lesão e que condicionam qualquer estratégia, se limitou a fazer anti-jogo, com constantes simulações de lesão, a fazer lembrar o Marítimo na Luz.

Contudo,
apesar de nunca ter sido uma equipa que tenha imprimido um ritmo alto no jogo, o Sporting até entrou bem , pressionou o seu adversário e chegava com relativa facilidade à área adversária, desperdiçando nos primeiros 20 minutos duas boas situações de golo.
Depois, um apagão, o nervosismo e ansiedade de uma equipa que sabe que não está bem, veio ao de cima e o Paços começou a ter o controlo da partida, sem contudo, ser muito ameaçador, com excepção da melhor ocasião até então , mesmo sobre o apito para o intervalo,
um erro inadmíssivel de A. Marques, permitiu uma ocasião soberana, incrivelmente desperdiçada por Cristiano e no futebol, oportunidades dessas não se podem falhar, porque a marcar, se calhar, hoje, estavamos aqui a falar de outro resultado.
Na 2ª parte, o Sporting alterou completamente a sua estratégia, saídas de Angulo, ainda desenquadrado e de A. Marques, sem um pingo de categoria e entradas de Postiga e Matias Fernandez e a nível ofensivo, notou-se uma melhoria, já defensivamente, um ou outro calafrio.
Num entanto, o Sporting, apesar de dominar, tinha muitas dificuldades em causar perigo, mas o Paços, devido as alterações forçadas efectuadas na 1ª parte, nunca pode refrescar um ataque já cansado, pelo que a excepção ao seu futebol mais defensivo, foi um lance em que Ciel, caí na área num lance disputado com Miguel Veloso, em que a duvida persiste.
Quando os nervos já estavam à flor da pele e o Sporting começava a bombear bolas para a baliza, Liedson, quem havia de ser, coresponde a um bom cruzamento de Moutinho, com um cabeceamento colocado e à ponta de lança, resolvendo um jogo complicado. Depois, o tempo de reacção para o Paços era curto e mais limitado ficou com as 2 expulsões, acumulada à fadiga de alguns dos seus jogadores.
A verdade é que numa fase em que a equipa está a jogar mal, vai somando pontos e este factor, mais à frente, pode vir a ser importante.
Destaques pela positiva a Liedson, um jogador acima da média, num Sporting muito vulgar, pela negativa, A. Marques, um jogador sem um pingo de categoria e para o anti-jogo da 1ª parte, do Paços, algo que só penaliza o futebol e tira gente dos estádios.
BRUNO PAIXÃO, teve uma actuação ao seu nível, sem categoria, num jogo sem complicações de maior, nunca foi coerente e nunca teve um critério disciplinar, 10 amarelos e 2 vermelhos, num jogo destes sem grandes picardias, nem muitas entradas durinhas, leva a pensar que houve ali uma batalha campal. A questão que se coloca, é que se este homem tem categoria para apitar na liga principal e ser internacional, então que categoria terão os outros?
Duas notas de observação nesta jornada, curioso ver, que o Braga, clube intimamente ligado ao Porto, em 2 jornadas seguidas, foi beneficiado de forma evidente por erros grosseiros de arbitragem, o que lhe permite continuar isolado na liderança do campeonato, esperemos que seja apenas uma coincidência e o Setúbal a sofrer nova goleada depois dos 8 da Luz, agora leva 4 do Leiria, o que coloca mais um teórico comentador da nossa praça, com a corda na garganta.
RESTANTES RESULTADOS: MARÍTIMO 1 BRAGA 2; GUIMARÃES 3 NAVAL 0; OLHANENSE 2 ACADÉMICA 1; RIO-AVE 2 NACIONAL 0; SETÚBAL 0 LEIRIA 4.