--- Não foi, nem podia ser, face a tantas e tantas situações a envolverem este grupo de trabalho, uma exibição de encher o olho, mas foi uma exibição segura, com um triunfo justo, com 2 golos de belo efeito e que dá à equipa uma certa tranquilidade para encarar o jogo na Turquia com optimismo, sempre moderado.
BENFICA 2 TRANBZONSPOR 0 - O Benfica entrou forte no jogo, a pressionar a todo o campo, a dominar todos os sectores do jogo e a criar uma ou outra brecha no último reduto adversário, embora sem criar grandes situações de golo, porque essencialmente o último passe falhava e quando não era este a falhar, era a recepção de bola que poderia originar maior perigo.
A partir dos 15 minutos, a equipa turca equilibrou o jogo, começou a acertar nas marcações, com Zokora a não dar um palmo de terreno a Aimar e a criatividade do futebol encarnado a ressentir-se disso.
Aliado a esse facto, se na Esquerda, Gaitan ainda tentava chegar à linha de fundo, o apoio ofensivo de Emerson era nulo, dando contudo uma boa consistência defensiva, já na direita se passava o inverso, Enzo Pérez, ainda algo desligado da equipa, fugia muito para zonas interiores e era Ruben Amorin quem tentava furar na lateral.
O futebol do Benfica ressentia-se muito dessa falta de ligação entre alas e laterais, acabando por centralizar muito o seu futebol, tornando-se presa fácil para o seu adversário, porque era precisamente a sua zona de terreno mais povoada.
Sendo o Tranbzonspor pouco mais que inofensivo, essencialmente preocupado em defender e o Benfica incapaz de criar desiquílibrios nas laterais, o jogo caminhou sem chama até ao intervalo, sem oportunidades, pelo que o nulo ao intervalo era um resultado justo.
Na 2ª parte, o cariz do jogo foi mudando aos poucos, o Benfica estava mais solto no último terço, Emerson arriscava um pouco mais nas subidas e a frescura física do adversário já não era a mesma, como tal começou a ter mais dificuldades na marcação e a dar mais espaço.
Até que chegou o momento do jogo, a saída do condicionado Enzo Pérez, para a entrada de Nolito, que trocou de lugar com Gaitan, jogando no corredor esquerdo e passando o argentino para a direita, aliado a esse facto, uma cartada inteligente de Jorge Jesus, percebendo que no corredor esquerdo, Emerson dava segurança a defender, mas pouco envolvência ofensiva, encostou Saviola a Nolito, de modo a criar os desiquílibrios que sempre faltaram e resultou em cheio.
O cariz ofensivo do Benfica, embora nem sempre bem jogado, fazia prever que o golo poderia surgir e foi através de um passe magistral de Aimar, que surge Nolito pelo lado esquerdo no interior da área, a desferir um remate acrobático para o fundo das redes, estava feito o mais difícil, o golo.
Com 1 a 0 no marcador, a equipa turca teria forçosamente de correr mais riscos e tentou, só que a moral do golo, deu ao Benfica uma força psicológica que até então lhe tinha faltado, levando-a para o seu melhor período exibicional.
O jogo estava agora mais interessante, o Tranbzonspor tentava chegar à baliza do muito seguro Artur, mas sempre sem grande perigo e o Benfica, com espaço, criava situações de grande perigo, com o árbitro a negar um penalti do tamanho do mundo ao Benfica, por mão claríssima de um defensor turco, isto já depois de na 1ª parte ter visto e ignorado outro penalti, em que um defesa dos turcos além de agarrar Cardozo, ainda se empoleirou nas suas costas.
Mas o Benfica estava bem no jogo, as entradas de Maxi e Witsel conferiram maior velocidade no corredor direito e mais equilíbrio no meio campo e se Maxi furava de qualquer maneira, Witsel jogava simples, a 2 toques e abria espaço na frente, ao mesmo tempo que conferia estabilidade ao meio campo.
Depois surge o mais belo momento do jogo, o golaço de Gaitan, uma obra prima de classe, que conferiu justiça ao marcador, quando o relógio assinalava 87 minutos, golo esse que pode vir a revelar-se decisivo para a 2ª mão.
Curiosamente, foi após o 2 a 0, que se viu um pouco de futebol ofensivo no Tranbzonspor, criando alguns calafrios na defesa do Benfica, todos eles bem resolvidos por Artur, destacando-se a frieza e concentração demonstrada pelo guardião brasileiro, quando no meio de um amontoado de jogadores, sem nunca perder a noção da sua posição, resolveu o lance da maneira que ninguém pensava, com um muito inteligente e a oportuno calcanhar para canto, brilhante!
Resultado justo, com uma boa vantagem, num Benfica ainda longe do que poderá produzir, mas onde se vai notando uma melhoria gradual da equipa.
Pela positiva: O entendimento e a qualidade demonstrada pela dupla de centrais, Luisão e Garay, destacando o empenho e a atitude de Luisão no jogo, depois de tudo o que se disse e a qualidade dos golos do Benfica.
Pela negativa: A preocupação única e excessiva do Tranbzonspor em defender o resultado, só despertando para o jogo após o 2 a 0 e a arbitragem desastrada, com claro prejuízo para o Benfica.Arbitragem: Má demais, 2 penaltis incriveis por marcar que ele viu claramente que apenas não quis assinalar. No lance que os turcos reclamam, as imagens não são elucidativas, de determinado ângulo parece fora de jogo de outro não parece, mas é um lance tão no limite, que qualquer decisão do auxiliar não pode ser criticada, a não ser por cegueira clubística.
Esta arbitragem foi tão má, que me apetece perguntar, se a F.P.F. também nomeia António Garrido para acompanhar os árbitros estrangeiros nos jogos do Benfica?
4 comentários:
Boa análise do jogo quanto a mim. Se quiseres mais algumas perguntas e análise, passa lá pelo blog que acabei de fazer a análise ;)
http://orgulhosamentelampiao.blogspot.com/2011/07/perguntas-e-constatacoes-sobre-o-slb-2.html
Grande observação sobre a FPF e António Garrido! Isso é um privilégio dos portistas.
Abraço.
Fizeram-se enormes aquisições e estou convencido que o campeonato que se segue muita coisa vai ser diferente.
A vitória acaba por assentar bem no glorioso com dois grande golos. Até estou convencido que vamos ganhar à Turquia.
Os reforços têm qualidade. Uma grande vitória sem muito tempo juntos. Mas só valerá alguma coisa se passarmos fora.
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