--- Se dúvidas houvessem, o Sporting acabou de dizer adeus ao título com a derrota ante o sensacional Braga e sendo assim a luta pela conquista final da Liga Sagres, vai ser rijamente disputada entre Braga, Benfica e Porto, os quais vão entrar num mês de Fevereiro louco, que não sendo decisivo, pode revelar-se fundamental.
Destaco ainda, a excelência de dois grandes jogos, os que envolveram os líderes do campeonato, intensos, com muita entrega e a espaços com bom futebol, mais jogos tivessemos com tamanha qualidade e com certeza que mais gente havia nos estádios portugueses, onde salvo uma ou outra excepção, são os adeptos encarnados que os vão compondo.
BRAGA 1 SPORTING 0 - Foi um jogo de grande intensidade, disputado com uma entrega muito boa de todos os intervenientes e se é verdade que em termos de oportunidades o jogo foi muito repartido e se calhar a equipa de Alvalade até teve as mais flagrantes, também é um facto, que a ocupação de espaços e a circulação de bola dos bracarenses, era sempre mais bela e eficiente, mostrando uma equipa com princípios de jogo muito bem defenidos e com uma assinalável consistência defensiva, há que enaltecer o facto do Braga em 17 jogos, ter apenas 6 golos sofridos, uma marca digna de registo e de todos os elogios.
Este Braga é um verdadeiro candidato, não só pelo que mostrou nesta partida, mas pelo que vem mostrando ao longo do campeonato.
O Sporting, por sua vez, mostrou novamente algumas fragilidades, nomeadamente alguma incapacidade de fazer circulação de bola e jogar um futebol apoiado e uma certa distância entre sectores, o que permitiu ao seu adversário ter mais controlo de jogo e muitos espaços entre o meio campo e a defesa leoninas.
Se na 1ª parte quase não houve oportunidades e o Braga acabou por ser feliz no golo, com a boal rematada por Paulo César a tabelar num adversário e a enganar Rui Patrício, na 2ª parte, o Braga teve 15 minutos de domínio absoluto, causando algum frisson na área leonina, reagiu o Sporting, tentando criar perigo na baliza adversária, mas o seu futebol era mais com o coração de que com a razão e mais feito em passes longos e exceptuando os últimos 15 minutos da partida em que justificou pelo menos o empate, o Sporting tinha muitas dificuldades em furar aquela que é a melhor defesa da Europa.
Pela positiva: A atitude de ambas as equipas, com muita intensidade no jogo e o muito público no estádio, pela negativa: a incrível perdida de Liedson ainda antes do intervalo que poderia dar o empate à sua equipa.
Arbitragem muito positiva, um erro ou outro, o que é normal, mas João Ferreira, conduziu sempre bem o jogo e os jogadores também nunca o desrespeitaram, quando assim é ganha o futebol.
NACIONAL 0 PORTO 4 - Normalmente quando se ganha por esta margem, pouco há a dizer, mas neste jogo não foi bem assim, pois Carlos Xistra, mudou completamente o cariz da partida com 2 erros gravíssimos, que poderiam escrever outra história, embora nada garanta que o Porto não venceria na mesma, com toda a certeza não teria a missão tão facilitada.
O jogo começou equilibrado e foi mesmo para o Nacional a primeira perdida por Edgar Silva que de cabeça em posição previligiada, falhou o golo, depois a reacção portista, que aos poucos conduziu o seu adversário para o seu meio campo, revelando contudo muitas dificuldades em criar situações de golo, até que Xistra resolve desiquilibrar a partida, com 2 erros de palmatória, primeiro ao não assinalar uma evidente grande penalidade por agarrão de Fucile em Edgar, num lance em que o campo de visão era perfeito, uma vez que naquela zona do terreno, apenas estavam os intervenientes na jogada e algum tempo depois, a ver um penalti que não existe, no meio de um cacho de jogadores e em que hesitou tanto que demorou imenso a marcar a falta, da qual ainda resulta a expulsão de um jogador do Nacional, que a partir dos 28 minutos fica a perder e reduzido a 10 unidades e assim o jogo acabou.
Não vou questionar a seriedade do árbitro, estou farto dessas guerrilhas, mas que isto sirva como um abre olhos, para se perceber que campanha de pressão anda a ser feita e que a teoria de vitimização do Porto não faz sentido nem tem razão de ser, pois se há equipa que nesta temporada não tem razões de queixa a mais que os outros, essa equipa é seguramente o Porto, que o diga o Nacional.
Com 1 a 0 para os portistas, escrito por linhas tortas, o resto do jogo resumiu-se a uma equipa desorientada, sem chama e completamente perdida no campo e a outra, com a missão facilitada, numa jogo que estava a ser como se antevia complicado e assim o Porto, tranquilamente, sem grande fulgor, foi construindo a sua goleada, com um bis de Varela e outro de Falcão, claramente as mais valias deste Porto na presente temporada.
Pela positiva: as exibições de Varela, Falcão e Álvaro Pereira, pela negativa: A arbitragem de Carlos Xistra e a desorientação inconcebível que nem uma unidade a menos justifica por banda dos insulares.
Arbitragem de Carlos Xistra, marcada pelos dois erros graves acima referidos e depois, em jeito de compensação, volta a errar perto do final da partida, ao não expulsar um outro jogador do Nacional por uma entrada a matar sobre um adversário.
BENFICA 3 GUIMARÃES 1 - Talvez um dos melhores jogos da temporada, com muito e bom futebol de ambas as equipas, com um Benfica muito forte, essencialmente nos primeiros 20 minutos da 2ª parte em que Carlos Martins e Aimar se destacaram dos demais e um Guimarães sempre muito concentrado e com saídas rápidas de ataque, sempre com um futebol apoiado e um Nuno Assis de grande classe.
O Benfica entrou na partida com o intuito de assumir o jogo, o que conseguiu, estando o seu adversário mais na expectativa, mas o Benfica revelava algumas dificuldades em furar a bem estruturada defensiva vimaranense e apesar de atacar mais, a verdade é que marcou na sua primeira oportunidade, num lance feliz de Pablo Aimar, que até ser substituído foi para mim o melhor em campo.
Esse golo obrigou o Guimarães a entrar no jogo, facto esse que contribuiu e muito para a qualidade da partida e também esta equipa conseguiu o seu golo na sua primeira e única oportunidade da 1ª parte, numa bonita jogada de tabelas e entendimento do seu ataque, muito bem concluída por Nuno Assis e assim se chegou ao intervalo.
Na 2ª parte, o Benfica entrou muito forte, pressionando a todo o campo e com um Carlos Martins endiabrado e é precisamente este jogador que marca o 2º golo do Benfica, numa assistência de Aimar, com um remate mais em jeito do que em força, intencional e colocado, o qual dava justiça ao marcador, tal a forma determinada com que o Benfica entrou neste período.
Em desvantagem, o Guimarães tentou reagir, para tirar proveito de um defesa encarnada que neste jogo se mostrou estranhamente nervosa e intranquila, mas o domínio era do Benfica e por isso mereceu o 3º golo, novamente por Carlos Martins, desta vez com um remate fortíssimo e colocado, num grande golo a coroar um fantástica exibição de um jogador que não fosse a sua propensão para as lesões e o ferver em pouca água, que por vezes lhe tira a lucidez e tinha tudo para ser um jogador de eleição.
Esse golo deu a tranquilidade necessária ao Benfica e o seu domínio era ainda maior, adivinhava-se mesmo o 4º golo, mas uma atitude institiva de Carlos Martins que colocou o braço na bola, imepdindo um contra ataque perigoso do Guimarães. fez com que justamente lhe fosse exibido o 2º amarelo e consequente expulsão.
O jogo como que se transformou, o Benfica recuou as suas linhas e o Guimarães que estava descrente, voltou a acreditar e se é verdade que criou 3 situações de golo e que levaram muito perigo à baliza e Quim, também o é que as 2 situações mais flagrantes foram do Benfica, com Cardozo (em noite desastrada) a falhar de froma incrível o golo sozinho na cara de Nilson e por Éder Luís (bom jogador), no coração da área, a rematar colocado, para um grande intervenção de Nilson, com a bola a embater na barra.
Em suma, um grande jogo de futebol, onde não posso deixar de comentar a acção de Carlos Martins para Cardozo, por este não lhe ter passado a bola e que poderia resultar em golo do Benfica, nem todos os fins, justificam os meios e bastava ter gritado uma vez, aquela perseguição era desnecessária, só serviu para intranquilizar ainda mais o seu colega de equipa, valeu Luisão, que curiosamente já teve envolvido numa situaçãi semelhante, embora mais grave, mas que desta vez mostrou de que massa é feita um capitão de equipa. Num entanto, quero destacar, que adorei ver o Cardozo a abraçar o seu companheiro quando este marcou os golos e de ouvir ambos os jogadores dizerem que isto são coisas que acontecem pela vontade de ganhar e ser campeão, mostrando que esse episódio, morreu ainda dentro do campo.
Pela positiva: Mais uma grande casa, é o andor em marcha com mais de 50.000! pessoas na Luz, o grande golo de Carlos Martins e as exibições magistrais de Aimar e Nuno Assis.
Pela negativa, o desentendimento em campo de Carlos Martins e Cardozo.
Arbitragem de Elamano Santos ao seu nível, muito fraquinha, com um critério técnico que ninguém entende e com 2 erros graves, primeiro e com o resultado ainda em branco, ao mostra apenas amarelo a um jogador vimaranense, num entrada violenta cobre Di Maria e se só pela entrada se pode aceitar o amarelo, o jogador teria de ser expulso porque caso não fosse derrubado, Di Maria, embora ainda longe da área do Guimarães, isolava-se e ficava em posição de golo iminente, depois, ao não ver uma agressão de Javí Garcia a um adversário dentro da área do Benfica, num lance escusado e que deve ser analisado internamente, pois a ser sancionado o jogador, este lance era também penalti contra o Benfica. Compreendo que fosse complicado para a equipa de arbitragem ver o lance, pois ele foi feito no meio de um grande aglomerado de jogadores, mas, segundo as leis, vai ser instaurado sumaríssimo ao jogador espanhol e devia ainda ser alvo de um castigo interno e olhem que eu adoro este jogador.
11 comentários:
Belo post. Diria mesmo que esta é uma das melhores crónicas que já li aqui. Disse tudo, foi completíssima e isenta, dentro da clubite que existe sempre e se recomenda. Muito bom.
Com posts destes para quê comprar jornais...
Mais uma crónica divinal, na esteira do que o "jotas" nos acostumou.
Não preciso de ler os jornais e pasquins para saber como decorreram os jogos.
Tenho "A Catedral do Desporto", é muito melhor que todos os outros juntos.
Um abraço
Jotas, ainda estás com o lenço na boca limpando a "baba"? Muita boa sem dúvida a análise e conseguindo ser isento, o que é difícil diga-se. Não te esqueças de ver o email.
Abraço.
Caramba pessoal, o brigado por tamanhos elogios, Os jornais depostivos já estão a fazer leilão para a minha contratação, eh eh eh.
Grande post caro Jotas
Mesmo fantástico, direi ainda
Cumpts
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Exacto concordo em tudo na arbitragem, nota-se portanto que o benfica tendo merecido a vitória globalmente, acabou por ser beneficiado, quando o jogo tava 1 a 1.
O porto o também foi bem beneficiado até ao 1 a 0.
Carlos, ainda antes da agressão de Javi, já um defesa vimaranense, cujo nome não me recordo e com o resultado em 0 a 0 ou 1 a 1, não me recordo, rasteira violentamente Di Maria, quando este já no meio campo adversário ía isolado para a baliza, não fosse pela violência da entrada, o vermelho deveria ser exibido pelo facto de ser o último defesa.
O lance de Javi é claramente agressão e deve ser alvo de sumaríssimo, mas muito complicado de ser visto tal o aglomerado de jogadores que ali estavam.
Ontem, vi bem as entradas de alguns jogadores do Sporting e se Carriço não foi expulso, pelo menos o Saleiro deveria ser.
Mas quem perdeu esse jogo?
Carlos Silva... perder a ser benificiado é ainda pior do que perder normalmente. Não é por se perder que todos os erros do arbitro a favor da equipa que perde são perdoados.
Infelizmente muita gente vê assim e é por isso que o futebol tuga está a porcaria que está.
Se o gajo de Guimarães devia ter ido para a rua? Sim. Se o Javi devia ter ido para a rua e ser marcado o respectivo penalty? Sim. Se o Javi viu o sumarissimo justamente? Sim.
O ter visto o sumarissimo é porque o arbitro não viu mesmo o lance. Segundo sei, esse é um do critério para ser sumarissimo (e o facto de não ser o Bruno Alves a fazer alguma coisa também conta). Se o arbitro não viu, o Javi viu um sumarissimo mais que justo.
Tens razão, o arbitro errou, estava o jogo empatado. O arbito errou primeiro para o Guimarães. Quem tinha tempo a jogar com menos 1? Ah... bem me parecia... Se calhar, o Javi fazia aquilo (se fizesse) se estivesse 11 contra 10 e o resultado já fosse 2-0... se calhar... se calhar... E se?
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